Um Novo Desafio

     Para muitos, setembro é um mês de começos. Milhares de estudantes e professores iniciam mais um ano letivo. Muitas pessoas iniciam novos trabalhos e muitas outras perdem aqueles trabalhos que tiveram na época alta do verão. Outros procuram uma nova oportunidade de vida ou então iniciam uma nova fase na sua vida pessoal. Não há dúvida que setembro traz, a cada um de nós, novos desafios e oportunidades, depois de um tempo em que a maioria das pessoas parou para descansar um pouco.
O que vai mudar especificamente para si, neste mês que agora se inicia? Já pensou?
Incentivamos todos os membros da nossa comunidade, bem como todos aqueles que acampanham o ministério da nossa Igreja em Portugal e no mundo, a dedicarem mais tempo à oração bem como ao estudo da Palavra de Deus. No mês passado aprendemos como a oração é uma torre fundamental na relação pessoal de cada um com Deus. A nossa lista de oração, proposta para este mês, já contempla algo que aprendemos sobre oração, nomeadamente a importância de tirarmos tempo para ouvir Deus falar ao nosso coração no tempo de oração, em vez de sermos apenas nós a falar. Mas o “castelo” da nossa vida espiritual também precisa de outra torre fundamental para ficar firme contra as “astutas ciladas do diabo”. É a torre da obediência à Palavra de Deus.
Neste “Ano da Palavra” tem sido nosso propósito valorizarmos mais a Sua Palavra. Mas como só podemos obedecer à Palavra se a conhecermos bem, desejamos continuar a comunicá-la de forma relevante e prática para transformação de cada uma das nossas vidas. Igualmente desejamos estudá-la em conjunto de forma mais profunda e para isso, para além de estudos bíblicos nos lares, desejamos divulgar o curso “Obreiro Aprovado” ministrado pelo IBP, para todos aqueles crentes que tiverem interesse em investir em tempo e em recursos na sua formação bíblica. O que acha deste novo desafio?
Invista no estudo da Palavra de Deus!                                                 

O poder da ressurreição

“E qual a suprema grandeza do seu poder para conosco, os que cremos, segundo a operação da força do seu poder, que operou em Cristo, ressuscitando-o dentre os mortos”, Ef.1:19,20

A morte em si nunca teria capacidades de segurar Jesus em suas cadeias: deste mesmo modo irresistível será todo poder que Jesus manifesta para em todos os crentes que são ressurretos numa nova vida em Cristo. Nenhum pecado, nenhuma corrupção, nenhum demônio nos infernos, nenhum dos muitos pecadores sobre a terra terão como impedir a mão poderosa de Deus quando esta se estende para converter um homem. Quando toda a onipotência de Deus fala e diz “Assim será”, nenhum homem dirá “eu não irei”. Observe-se como o poder que ressuscitou Cristo de entre os mortos era glorioso.

Esse poder refletiu toda a honra de Deus e espantou todas as hostes do mal. Do mesmo jeito desponta a glória para Deus quando um pecador se converte. Este poder é duradouro e eterno. “Sabendo que, tendo Cristo ressurgido dentre os mortos, já não morre mais; a morte não mais tem domínio sobre Ele”,( Rom 6:9). Sendo que nós fomos ressuscitados de entre os mortos também, nunca mais voltemos a nenhuma das nossas obras de morte nem a nenhuma das nossas corrupções, mas antes vivamos para Deus. “Porque Ele vive, nós vivemos também”. “Porque morrestes e a vossa vida está escondida com Cristo em Deus”, Col 3:3. “Fomos, pois, sepultados com ele pelo batismo na morte, para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos pela glória do Pai, assim andemos nós também em novidade de vida”, Rom 6:4. Por ultimo, a partir deste texto, veja-se a união que existe entre a alma nova e a vida em Cristo Jesus. O mesmo poder que ressuscitou Jesus, ressuscitando a Cabeça, a Qual é e será a força dos membros. Quanta bênção ser assim ressuscitado com Cristo!”

Charles Haddon Spurgeon

Jesus no Getsêmani - Mateus 26:36-46

Este texto é um dos mais fortes e emotivos textos das escrituras. Sentir o sofrimento de alguém que amamos e não poder fazer nada custa. Jesus estava realmente a sofrer e num dos momentos que mais precisava dos seus amigos mais chegados, estes foram vencidos pelo sono.
Jesus estava profundamente triste. O que Ele fez?
Voltou-se para Deus e OROU pedindo para não ter passar por aquela dor - v.39

Nós também muitas vezes voltamo-nos para as pessoas e não somos aliviados, pelo que nos voltamos novamente para Deus para orar novamente.
Jesus voltou-se novamente para Deus e a sua oração mudou. Agora Ele já entende que não há outra alternativa e aceita a vontade de Deus – v.42

Nós também continuamos a orar pedindo a força de Deus. Não é fácil passar pela dor e pelo sofrimento da morte. Mais do que o sofrimento pela morte dos outros é o sofrimento pela própria morte.

Porque é que Jesus teve de morrer na cruz pela humanidade? Não poderia Deus ter arranjado um outro plano?
Jesus poderia ter o mundo a seus pés se usasse o seu poder, mas preferiu ser amado a ser temido – AJC
Jesus sempre respeitou a liberdade dos homens que Ele criou. O mestre da vida, suportou um sacrifício tão grande para gerar homens livres e felizes e não máquinas humanas controladas por Ele. – AJC
Jesus teve de morrer para mostrar que tinha poder para vencer a morte mas também para transformar todo o seu ser. Jesus morreu para tornar o homem imortal e feliz – AJC

Foi por saber que havia um propósito para todo o seu sofrimento que Jesus aceitou a vontade de Deus. Nós também precisamos entender todos os aspetos da nossa vida como fazendo parte do plano soberano de Deus. Se amamos a Deus, “sabemos que todas as coisas contribuem para o nosso bem. (Rom.8:28)
Uma Santa e Feliz Páscoa!
VM

A Bíblia vs. a Tradição

Esta semana fui novamente ver uma encenação para estudantes do "Auto da barca do Inferno", escrita por Gil Vicente e representada pela primeira vez em 1517.  Curiosamente, foi também em 1517 que Martinho Lutero publicou as 95 teses, em protesto contra as doutrinas e práticas da Igreja Católica Romana. Embora, naquela época, a reforma protestante tenha sido abafada no nosso país, podemos também notar que escritores, como Gil Vicente, se levantaram contra a tradição, as práticas e doutrinas religiosas.

A peça dá-se num porto imaginário, onde se encontram as duas barcas, a Barca do Inferno, dirigida pelo Diabo e a Barca da Glória, dirigida por um Anjo. Depois da morte, apresentam-se várias personagens, que serão os passageiros das barcas: um fidaldo que oprimia os mais fracos,  um banqueiro ganancioso, um tolo (homem simples que representava a inocência e a ingenuidade), um sapateiro burguês que dava dinheiro à Igreja mas explorava os seus funcionários, um frade e a sua dama que representavam a vida mundana do clero, uma alcoviteira que enriqueceu à custa da exploração sexual,  um judeu que representava a rejeição da fé cristã, altos funcionários da justiça corruptos, um enforcado que representava a vida vil e corruptível e quatro cavaleiros que morreram como mártires de Cristo. Cada personagem discute com o Diabo e com o Anjo para qual das barcas entrará. No final, só os Quatro Cavaleiros e o tolo  entram na Barca da Glória.

Creio que Gil Vicente procurou, corretamente ou não, alertar o povo para duas ideias: 1) viver de forma prepotente, em função do prazer momentâneo, a explorar e oprimir, fazer boas obras com segundas intenções, ser religioso de fachada, por exemplo, dão como garantido um lugar de sofrimento, separado de Deus após esta vida; 2) viver sem malícia ou ser um mártir por Cristo, dão como garantido um lugar na glória.

Realmente, numa coisa Gil Vicente tinha razão: a salvação, lugar na presença de Deus, não se pode comprar ou adquirir por estatuto, posição, ou religião. Mas, segundo a Bíblia, a salvação também não se recebe como presente pela nossa inocência (porque ela não existe, visto que todos pecaram – Rom.3.23) nem mesmo pelas conquistas cristãs ou difusão da fé.

Segundo a Bíblia, a salvação, é uma obra divina, que se concretiza no momento em que somos convencidos do nosso pecado, afastamento de Deus e da justiça divina. Depois, arrependidos e confiando na morte suficiente de Cristo em nosso lugar, somos por Deus regenerados. Neste momento, o Espírito Santo transforma o nosso coração, não inocente, num coração semelhante ao de Cristo. Nascemos de novo, para uma nova vida, agora guiada por Cristo. Se isto verdadeiramente aconteceu, a nossa vida passará a ser coerente com esse novo coração e a vontade divina.                                                   
 vitor mota  

"Os céus proclamam a glória de Deus, e o firmamento anuncia as obras das suas mãos."

Salmos 19:1